Novo subsecretário de Segurança Pública da Bahia já investigou Geddel em caso da JBS

Ex-ministro foi preso apos malas com R$ 51 milhoes serem encontradas em seu apartamento em Salvador.

A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) tem um novo “número 2” para o comando da pasta. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) decidiu exonerar Hélio Jorge Oliveira Paixão do cargo de subsecretário e escolheu Marcel Ahringsmann de Oliveira para o posto, com nomeação publicada nesta sexta-feira (10). A SSP informou que as mudanças fazem parte da montagem de equipe do novo secretário da pasta, Marcelo Werner.

Ahringsmann é delegado de Polícia Federal e já atuou no setor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF na Bahia. O novo subsecretário da SSP também já foi o responsável por coordenar uma operação em 2016 que investigou Leonardo Américo Silveira de Oliveira, ex-assessor de Geddel Vieira Lima (MDB). Leonardo era subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Governo.

À época, a Operação Vigilante apurou um esquema de desvio de dinheiro destinado ao transporte escolar no município de Malhada de Pedras, no sudoeste da Bahia. Segundo as informações, as investigações identificaram fraudes em licitação, com direcionamento, para contratação de empresa vinculada a gestores municipais; superfaturamento mediante adulteração de quilometragem de linhas percorridas; e cobrança pela prestação de serviço de transporte, em dias sem atividade escolar. Em alguns casos, a quilometragem cobrada era mais do que o dobro da distância real percorrida.

Em 8 de junho de 2017, Ahringsmann foi o responsável por conduzir o interrogatório de Geddel na Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal no Estado da Bahia. Na época, o ex-ministro do governo Michel Temer era apontado como um interlocutor político do empresário Joesley Batista, do grupo JBS Friboi, investigado por negócios escusos na administração federal.

No interrogatório, o delegado questionou Geddel sobre suas relações com Joesley, com Lúcio Bolonha Funaro, Ricardo Saud e o ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB).

Exatos três meses depois, em 8 de setembro de 2017, Geddel acabou preso pela Polícia Federal, após malas contendo R$ 51 milhões em dinheiro vivo serem encontradas em um apartamento utilizado por ele, no bairro da Graça, em Salvador.

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