Deputada Fabíola Mansur lamenta morte do ator Milton Gonçalves
"Sabia ser negro no Brasil. Entra para a história com sua missão cumprida"
A deputada Fabíola Mansur (PSB) protocolou na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) uma moção de pesar pela morte do ator Milton Gonçalves, aos 88 anos, ocorrida no último dia 30 de maio, no Rio de Janeiro.
No documento, a parlamentar lamentou a perda de um dos grandes ícones da televisão brasileira, considerado uma inspiração para os atores negros. “Perdemos um imenso ator, diretor, cantor, dublador, produtor, sindicalista e grande combatente contra o racismo. Ele entra para a história com sua missão cumprida. Ele sabia o que é ser negro no Brasil e toda a dificuldade de existir no mundo num país racista e preconceituoso. Ele ultrapassou todas as barreiras com total consciência”, frisou Fabíola.
O último trabalho em que Milton Gonçalves participou na TV Globo foi a minissérie “Se eu Fechar os Olhos Agora”, de 2019, criada pelo diretor Ricardo Linhares, baseada no romance do jornalista e escritor Edney Silvestre. Natural de Monte Santo, no interior de Minas Gerais, o ator estreou na TV Globo em 1965. Na emissora, ele fez mais de 40 novelas, atuou em programas humorísticos e minisséries de sucesso, como as primeiras versões de Irmãos Coragem (1970), A Grande Família (1972) e Escrava Isaura (1976). Além disso, o artista esteve em novelas marcantes como O Bem Amado (1973), Sinhá Moça (1986) e O Rei do Gado (1996), dentre outras produções. Sua última novela foi O Tempo Não Para, de 2018.
Milton Gonçalves era um cidadão engajado na luta pelo movimento negro e pelos artistas. Foi sindicalista e entrou para política, abrindo caminhos para os atores negros. “É triste perder um ator tão talentoso, um mestre da teledramaturgia e com tantos personagens marcantes. Milton Gonçalves foi um gigante das artes cênicas do Brasil. Pioneiro da televisão e um baita ator que deu vida aos mais diferentes tipos de personagens que construiu. Um grande brasileiro que sempre lutou contra o racismo, uma voz ativa e combativa. Expressão da nossa cultura em todos os planos”, frisou Fabíola Mansur.