Argentina ensina Brasil a vencer Croácia e está na final da Copa do Mundo

Em noite de recordes, Lionel Messi faz gol e dá assistência

A bola das semifinais da Copa do Mundo do Qatar-2022 entrou em cena nesta terça-feira batizada de Al Hilm, “O Sonho” em língua portuguesa. O da Argentina está quase realizado. Longe de viver o pesadelo do Brasil nas quartas de final, Messi e companhia colocaram os atuais vice-campeões no devido lugar: a decisão do terceiro lugar. Em dia de aula para o eliminado Brasil sobre como minar o excelente meio de campo do adversário balcânico, os humilhados na estreia no Estádio Icônico de Lusail foram exaltados no penúltimo jogo antes de despertarem do conto de 1.001 noites no Oriente Médio.

Vinte e dois dias depois da derrota de virada por 2 x 1 para a Arábia Saudita, a Argentina está na final da Copa do Mundo pela sexta vez em 22 edições. Messi cobrou pênalti no ângulo para abrir o placar. Julian Álvarez fez até tabelinha com a defesa croata no lance do segundo. Messi incorporou Garrincha no segundo tempo, entrou a coluna de Gvardiol, um dos melhores zagueiros do torneio, e serviu o camisa 9 no terceiro do triunfo por 3 x 1.
Vice em 2014, no Brasil, Messi ganhou dos alás do futebol uma segunda chance. Merecidíssima. Nesta campanha, o jogador eleito sete vezes melhor do mundo fez ressuscitar uma seleção mumificada depois da estreia. Tirou-a das catacumbas e empilhou vitórias contra México, Polônia, Austrália, Holanda (nos pênaltis) e Croácia.
Messi também brincou de atualizar recordes. Protagonista do bi, Diego Armando Maradona foi ultrapassado por Messi em número de gols na Copa. Agora, foi a vez de Gabriel Batistuta. No primeiro tempo, Julian Álvarez sofreu pênalti em uma saída estabanada do goleiro Livakovic. A insegurança nas cobranças deu lugar a um chute no ângulo para abrir o placar. Nas arquibancadas, os súditos gritavam “Messi, Messi”, curvando-se, em reverência. A Pulga alcança a marca de 11 gols contra 10 do centroavante Batigol.
O gol da Argentina foi uma resposta a uma Croácia que tinha a mesma proposta do duelo com o Brasil. Reivindicou a posse de bola, fez Modric circular por todo o campo, mas se deparou com o que o time de Tite não teve nas quartas: volante, fuçadores, pentelhos, especialistas em desarmes, nas roubadas de bola. A Croácia se defendia no 5-4-1, porém a estratégia ruiu em uma bola perdida no ataque, o setor mais frágil do adversário. Isso costuma ser um pecado contra quem tem De Paul, Paredes, Enzo Fernández e Mac Allister.
Enquanto aquele dominado meio de campo do Brasil trabalhava com três jogadores marcados no setor — Casemiro, Lucas Paquetá e Neymar — a Argentina usava seu quarteto para aproveitar um erro mínimo do time de Zlatko Dalic. O lançamento para o pênalti sofrido por Álvarez partiu do pé de Enzo Fernández.
O segundo gol também saiu de um descuido da Croácia. Houve falha na cobrança de um escanteio. A Argentina partiu em alta velocidade rumo ao campo de ataque e Julian Álvarez tabelou até com os beques e só não entrou com bola e tudo porque teve humildade em gol.
Zlatko Dalic fez mudanças no segundo tempo, porém a Croácia estava entregue. Nem mesmo a resiliência das disputas por pênaltis contra Japão e Brasil foi capaz de renovar o oxigênio e o pulmão da desarticulada trupe do incansável Modric.
Aos 23 minutos do segundo tempo, Messi incorporou Mané Garrincha na ponta-direita. Convidou o zagueiro Guardiola, um dos melhores da Copa, para dançar um tango. O jovem beque aceitou, foi driblado facilmente e o fora de série serviu Julian Álvarez em uma obra-prima que o Anjo das Pernas Tortas certamente assinaria pela plasticidade do lance. Uma noite de gala para quem alcançou 25 jogos em Copas, igualando Lothar Matthaus.
Praticamente dona do Estádio Icônico de Lusail, a Argentina retornará ao seu Monumental de Núñez no domingo, às 12h (de Brasília), para enfrentar a atual campeã França ou o surpreendente Marrocos, Ambos se enfrentam nesta quarta-feira, às 16h (de Brasília). Os alás da bola certamente vão mexer os pauzinhos no frio do deserto por um duelo entre os amigos de Paris Saint-Germain Messi e Mbappé. Ambos muito bem pagos pelo governo do do país da Copa.

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