Presas por conta dos atos de 8 de janeiro, mulheres queixam de “depressão, diarreia e fome”

Maioria das detentas reclama de questões relacionadas à saúde mental.

Algumas mulheres que foram presas por participarem dos atos terroristas que destruíram os principais prédios da Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro, escreveram cartas clamando por tratamento médico para as mais diversas enfermidades, entre elas depressão e diarreia.

Em um bilhete, Jaqueline Konrad, de 37 anos, falou sobre a falta de médicos para atender uma micose na virilha e reclamou de uma frequente dor na bexiga. Ela disse também que possui ovário policístico e um distúrbio hormonal que pode gerar problemas como irregularidade menstrual e acne.

Já Maria do Carmo, 60 anos, que está presa na ala D da Colmeia, disse que se sente “depressiva” e pede por um tratamento oftalmológico por conta da “visão com manchas escuras”, segundo ela, depois de tomar duas doses de imunizantes contra o coronavírus no sistema prisional.

De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape/DF), dentro das unidades prisionais existem unidades básicas de saúde (UBS) e todas as recém ingressas passaram por triagem com profissionais da saúde para identificação de possíveis doenças infectocontagiosas, crônicas e organizar o uso de remédios contínuos.

A maioria das detentas reclama de questões relacionadas à saúde mental, como depressão e ansiedade. Em carta, uma das presas narrou um quadro mais crítico de síndrome do pânico, causada pelo suicídio repentino do filho, em 2021, durante a pandemia. O evento traumático também gerou um Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).

A presa Adriana Alves revelou, por exemplo, conviver com distúrbio bipolar, três tipos de depressão, pressão alta, pré-diabetes e enxaqueca. Outras que sofrem com problemas semelhantes é a Maria Eunice, que também está depressiva, e Luciana Rosa, que sofre de síndrome do pânico e bipolaridade.

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