Wagner critica Ciro sobre ‘traição’ e diz que ‘ninguém abre mão de poder graciosamente’
Ex-ministro governador fez referência ao domínio da família Gomes no Ceará.
Senador eleito pela Bahia, o ex-governador Jaques Wagner declarou, em entrevista à Folha de São Paulo, não entender porque Ciro Gomes se sentiu traído pelo PT nas eleições deste ano. “Não sei por que ele se sente traído. Eu sempre disse que ele era um belíssimo quadro. Quando diz “traído”, significa que alguém prometeu e não cumpriu. Desconheço essa promessa”, afirmou Wagner. Em relação à crítica à de que o PT não abre mão da hegemonia da oposição, o ex-ministro de Lula e Dilma fez referência ao domínio da família Gomes no Ceará.
“Me perdoe, ninguém abre mão de poder graciosamente. O grupo do Ciro hegemoniza ou não no Ceará? Parece que queremos ser os donos da bola, como se alguém tivesse entregado a bola de graça. A hegemonia do PT não foi montada por decreto”. Confrontado com a especulação de que não topou ser candidato a presidente por temer ações da Justiça à época de quando era governador, Wagner disse estar “muito à vontade” para rebater acusações.
“Estou muito à vontade em relação a isso. Podem falar que deram doação, presente ou sei lá, mas nenhuma delação fala de superfaturamento em obra da Bahia. Cancelei um contrato com a Odebrecht e reduzi o preço. Fiz o metrô, chegaram OAS e Odebrecht e nem foram para a licitação, porque queriam R$ 800 milhões a mais para aportar como contribuição do governo. Chamo cem empresários e vários se oferecem para testemunhar a meu favor. Nem sequer fui indiciado”, afirmou.