Dilma contesta crítica de que sistema de inteligência foi ‘derretido’ em seu governo

Ex-presidente ainda não havia se manifestado sobre o assunto.

A ex-presidente da República Dilma Rousseff divulgou neste domingo (6) um texto no qual contesta a afirmação feita pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, de que o sistema de inteligência do governo foi “derretido” na gestão dela.

A petista afirma que houve “várias situações de manifesta ineficácia do GSI e do sistema de inteligência a ele articulado” no seu mandato e cita a facada no então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, durante a campanha eleitoral, como a “falha mais recente” do órgão, já no governo Michel Temer.

O ministro Augusto Heleno, responsável pela segurança do presidente Jair Bolsonaro e ações de inteligência e estratégia do governo, fez a crítica ao governo dela na quarta-feira (2), durante discurso ao assumir o cargo em cerimônia no Palácio do Planalto. Dilma ainda não havia se manifestado sobre o assunto.

“De fato, durante meu mandato, tive várias situações de manifesta ineficácia do GSI e do sistema de inteligência a ele articulado”, escreveu Dilma em texto publicado em seu site e compartilhado em suas redes sociais. (Leia a íntegra ao final desta reportagem.)

A ex-presidente cita situações que considera falhas do GSI, como quando não detectou nem impediu “grampo feito ilegalmente” no gabinete presidencial, em março de 2016, que captou diálogo dela com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, às vésperas de ele ser nomeado para a Casa Civil.

Para ela, porém, o “caso mais grave” ocorreu em 2013 quando seu gabinete, o avião presidencial e a Petrobras foram alvo de espionagemfeita pela National Security Agency (NSA), a agência de inteligência dos EUA.

“Uma ‘inteligência’ ligada à Presidência da República que não tem conhecimento, capacidade e tecnologia para enfrentar a moderna espionagem cibernética não é crível”, escreveu Dilma.

O Gabinete de Segurança Institucional comanda a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), responsável por fornecer ao presidente da República e aos integrantes do primeiro escalão análises estratégicas, como informações relativas à segurança do Estado, relações exteriores e defesa externa.

Críticas

Na quarta-feira (2), durante a cerimônia de transmissão de cargo no Palácio do Planalto, Augusto Heleno afirmou que o sistema de inteligência brasileiro só foi recuperado no governo Michel Temer durante a gestão de Sérgio Etchegoyen, antecessor dele no cargo.

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