Rivais na eleição, governo Zema e equipe de Lula discutem projetos de concessão

Estimativa é de investimento de R$ 8 bilhões num prazo de 30 anos.

O governo de Minas Gerais, comandado por Romeu Zema (Novo), e a equipe de transição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terão nesta terça-feira (29) um primeiro contato para tratar de projetos no estado.

O secretário estadual de Infraestrutura, Fernando Marcato, deve se reunir na sede do governo de transição, em Brasília, com o coordenador do grupo que trata do tema, o senador Alexandre Silveira (PSD-MG).

Na pauta, os leilões de concessão da Ceasa, empresa federal, e do Metrô de Belo Horizonte, administrado pela CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), também controlada pela União. Ambos os pregões devem ocorrer em dezembro, ou seja, ainda no governo de Jair Bolsonaro, mas com a assinatura dos contratos prevista para acontecer em 2023, já sob Lula.

“Queremos que o governo de transição tome pé de tudo, porque o estado de Minas tem esses projetos como prioritários para trazer investimentos e melhorar a qualidade do serviço público”, afirma Marcato. Apenas no caso do metrô, a estimativa é de investimento de R$ 8 bilhões num prazo de 30 anos, na manutenção e expansão da rede.

Nos últimos dias, representantes influentes da coligação vitoriosa de Lula, como o deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) e o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) defenderam que o leilão do metrô seja ao menos adiado.

Marcato diz que mudanças neste momento mandariam um sinal ruim para o mercado, e afirma confiar no apoio de integrantes do entorno do presidente eleito que são entusiastas do modelo de concessão. “O próprio vice-presidente Geraldo Alckmin, quando governador de São Paulo, fez concessões de linhas de metrô. A lei das PPPs [Parcerias Público-Privadas] foi redigida pelo Fernando Haddad”, afirma.

Desde a vitória de Lula, Zema, que foi um dos principais cabos eleitorais de Bolsonaro no país, tem feito acenos ao presidente eleito. Para o secretário, os gestos de aproximação são naturais. “Acabou a eleição. No dia seguinte que acaba, a gente trabalha junto”, diz.

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