Criança morre um dia após governo liberar valor do remédio mais caro do mundo

Família conseguiu o direito a receber R$ 7,3 milhões para comprar o medicamento.

O paranaense Vinícius de Brito Samsel, de três anos, morreu ontem em decorrência da AME (Atrofia Muscular Espinhal), doença tratada com um dos remédios mais caros do mundo, o Zolgensma. Após uma batalha judicial que foi parar no STF, a família conseguiu o direito a receber R$ 7,3 milhões para comprar o medicamento, mas o valor foi depositado um dia antes de Vinícius morrer.

“Torcemos tanto por um recomeço na vida do Vinícius com a notícia de que o valor havia sido depositado pela União nesta terça-feira (14), mas infelizmente chegou tarde demais”, escreveu nas redes a advogada Graziela Costa Leite, que assessorava a família. “Quem tem AME, tem pressa!”. O processo para adquirir o medicamento passou por negativas da Justiça do Paraná e do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

O Supremo Tribunal Federal concedeu uma liminar em dezembro para que a União pagasse, em 72 horas, cerca de R$ 7,4 milhões para arcar com o medicamento e com despesas médicas de Vinícius. Nas últimas semanas, familiares compartilhavam momentos de angústia com a demora da liberação da quantia.

“Quem nos acompanha sabe que depois de tanta luta conseguimos, em dezembro do ano passado, a liminar favorável para compra do Zolgensna […] Porém, infelizmente isso ainda não aconteceu. Continuamos vivendo na angústia e no desespero vendo a AME levar um pouquinho do Vinícius todos os dias.”, diz uma postagem de 8 de janeiro, publicada na página dedicada à arrecadação de recursos para o tratamento de Vinícius.

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