Deputados batem boca na Assembleia Legislativa da Bahia

Parlamentar associa PT ao tráfico, e gera confusão no plenário.

Uma grande confusão ocorreu na tarde desta quarta-feira (19), durante uma sessão no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Um grande bate-boca se deu entre os deputados estaduais Leandro de Jesus (PL) e Zó (PCdoB). Ao subir no púlpito para se manifestar contra uma fala do governador Jerônimo Rodrigues (PT), o bolsonarista associou o Partido dos Trabalhadores ao tráfico de drogas, o que irritou o parlamentar comunista.

Leandro lembrou uma fala do ex-governador Rui Costa (PT), hoje ministro da Casa Civil, quando ele teria usado o verbo “empregar” para se referir aos jovens que trabalham no tráfico de drogas. A manifestação do petista foi tirada do contexto e acabou sendo bastante usada por seus críticos, para induzir que ele estaria exaltando a criminalidade e a venda de entorpecentes, como se fosse algo positivo.

“O governador Jerônimo já voltou da China? Pelo visto, ele não trouxe nada em suas mãos. Apenas o besteirol de sempre, como via de regra o PT costuma fazer. Como não tem nada para apresentar, o governador afirmou que a violência nas escolas é culpa do bolsonarismo. Eu vou fazer um questionamento do governo que ele está dando continuidade, do PT, e que ele fez parte, de Rui Costa, quando o ex-governador disse que o tráfico de drogas emprega milhares de jovens. Oras! Estimulando a criminalidade em nosso estado! Fica aqui a pergunta para o atual governador Jerônimo: como ele se coloca diante desses fatos?” perguntou Leandro.

“Não é à toa que chegamos nesse caos. Porque parece — volto a afirmar — que, diante dessa situação que estamos vivendo e que chegamos, diante da fala do ex-governador da Bahia, parece que o PT tem associação. E agora, de maneira irresponsável, está fazendo política em cima das mortes de crianças, fazendo política em cima das ameaças que crianças estão recebendo nas escolas. Quer colocar a culpa no bolsonarismo? Toma vergonha na cara, Sr. Jerônimo. Toma vergonha na sua cara!”, continuou o deputado do PL.

Na sequência, o deputado Zó subiu ao púlpito e decidiu mudar o script da sua fala. Incomodado com os ataques do colega de AL-BA ao PT — partido que integra uma federação com a sua legenda, o PCdoB —, o comunista voltou sua pontaria para o bolsonarismo, filiação política com a qual Leandro de Jesus se identifica.

“Quem anda com avião com cocaína para o exterior é a comitiva de Bolsonaro. Quem foi pego com maconha esses dias foi o carregamento de um caminhão de um ex-ministro de Bolsonaro. Para, que vocês não enganam mais ninguém não, irmão. A bolhinha de vocês vai murchar. Para com isso. Para de querer inventar história. Vamos levar esse Brasil a sério, porque agora a coisa é outra”, afirmou Zó.

O governador Jerônimo trouxe importantes debates e ações, inclusive sobre energia verde lá da Arábia. E trouxe ações da China, como a fábrica que vai ocupar onde é a Ford, enquanto Bolsonaro trouxe foi joias para traficar. R$ 16 milhões só para a primeira-dama. Então, vamos parar com isso, que aqui é um parlamento para levar discussões sérias para a população”, continuou o parlamentar do PCdoB.

Ao ouvir a manifestação de Leandro de Jesus no plenário enquanto ele falava, Zó elevou o tom de voz e chegou a bater na mesa, para dizer que não iria se calar diante dos ataques do bolsonarista.

“Esse negócio de bolsonarista vir aqui, falar e achar que a gente tem que ficar calado… Comunista não vai ficar calado, não! Vou logo avisando, porque aqui vocês não vão falar e os outros vão ficar calados, não. Fique calado aí, que eu estou falando! Me respeite, rapaz, que eu estou falando. Me respeite, rapaz! Me respeite, arruaceiro! Seu arruaceiro”, atacou Zó.

“Não cabe questão de ordem agora. Fique calado. Estou mandando. Fique calado, rapaz. Fique calado, arruaceiro. Calado!”, continuou.

Após o término da fala de Zó no púlpito do plenário da AL-BA, Leandro de Jesus pediu “questão de ordem” e usou o seu espaço na Casa legislativa para rebater o colega comunista, voltando a atacar o PT e os demais partidos de esquerda do país.

“Eu não faço parte e nunca fiz de siglas que, por exemplo, defendem a aniquilação de bebês no útero de suas mães, aqueles que incentivam a morte de bebês. Eu nunca fiz parte de grupos que inclusive entendem que o tráfico de drogas é emprego, como aconteceu com o governador passado, que disse que o tráfico de drogas emprega milhares de jovens”, disse Leandro, em referência à discussão sobre a descriminalização do aborto.

Artigos relacionados

© Copyright Caraíbas FM - Rede Caraíbas de Comunicação 2019. Todos os Direitos Reservados. Desenvolvido por Agência UH!
Fechar