2º pior salário: 40% dos aprovados desistem da Polícia Civil da Bahia
Estado fica na 26ª posição entre os 27 do país.
Nos últimos concursos, de 30 a 40% dos recém-aprovados pediram para sair da Polícia Civil da Bahia. O percentual foi revelado pelo próprio secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, em uma reunião recente com os sindicatos de classe. O motivo? O estado tem o segundo pior salário da categoria, ficando na 26ª posição entre as 27 capitais do país.
Um agente entra com remuneração de R$ 5.958,01. Daqui a 30 anos, receberá R$ 7.887,75, segundo a Confederação Nacional dos Policiais Civis do Brasil. Já no Amazonas, um servidor entra com remuneração de R$ 12.948,78 e, com o tempo, receberá R$ 19.677,12. No último dia 4, sete investigadores e um perito pediram a exoneração. Fontes disseram que eles optaram por outros concursos.
E a evasão traz outro problema. Antes da posse, os aprovados passam quatro meses na academia de polícia, onde o Estado paga o salário dos professores, compra armamentos e fornece bolsa-auxílio. Ou seja, investimento que vai para o ralo. A valorização não é uma escolha e sim uma necessidade para manter a instituição forte e capaz.
Depois de 10 anos e cinco meses, a família de Paloma de Souza Ventura, de 41 anos, tem agora a certeza de que a luta foi em vão. Isso porque o empresário Cícero Leandro Silva Barreto vai a júri popular sob a acusação de tentar matar Paloma em maio de 2014, ao empurrá-la do seu carro em movimento na cidade de Amargosa.
Com a queda, a vítima sofreu traumatismo craniano e ficou tetraplégica. O processo tramita na Vara Criminal da comarca da cidade e é bem complexo, porque teve duas reconstituições e diversas perícias e manobras da defesa do acusado para anular depoimentos, inclusive de Paloma.
Respondendo em liberdade, o acusado é influente no município e, para preservar a integridade do conselho de sentença, os advogados de Paloma pediram à Justiça para que o júri aconteça em Salvador.