Viagem de Bolsonaro aos EUA foi ironizada e minimizada por ministros do STF
Ex-presidente esteve internado em um hospital em orlando, na Flórida, para tratamento de saúde.
A viagem de Jair Bolsonaro (PL) para os EUA foi interpretada em tribunais superiores de Brasília como uma tentativa de esfriar a disposição que possa existir de procuradores e magistrados tocarem adiante investigações e processos contra ele.
No Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, a iniciativa chegou a ser ironizada. Integrantes da corte afirmaram que não fazia a menor diferença, para o andamento de inquéritos, se o ex-presidente está ou não no Brasil.
Processos judiciais são lentos e, para escapar de uma eventual punição, o ex-mandatário teria que ficar para sempre nos Estados Unidos, afirmou um dos ministros.
Jair Bolsonaro é investigado, por exemplo, por associar a vacina contra a Covid-19 ao risco de uma pessoa a desenvolver Aids, o que é mentira. A Polícia Federal já concluiu que há elementos probatórios para atestar os crimes de “provocar alarme, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto”, e de “incitação ao crime”.
Senadores que integraram a CPI da Covid, por sua vez, vão reunir material para entregar ao Ministério Público do Distrito Federal para que o ex-presidente seja investigado por nove crimes relatados pela comissão.
Bolsonaro afirmou que pretende antecipar seu retorno ao país após dar entrada em um hospital na Flórida, em Orlando, com dores abdominais. “No Brasil, os médicos já sabem do meu problema de obstrução intestinal por causa da facada. Aqui, os médicos não me acompanharam”, explicou.