Ibaneis diz à PF que Exército impediu remoção de acampamento bolsonarista, em Brasília

Governador foi à sede da corporação prestar esclarecimentos sobre ataques terroristas na capital

O governador Ibaneis Rocha (MDB) disse, em depoimento à Polícia Federal, que o Exército impediu a retirada do acampamento de bolsonaristas localizado em frente ao Quartel-General, em Brasília. O governador compareceu à sede da corporação para prestar esclarecimentos, nesta sexta-feira (13), após ser afastado do cargo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares pelo prazo inicial de 90 dias.

 Ibaneis afirmou que o acampamento estava instalado em uma área “sujeita a administração do comando do Exército”.

No entanto, de acordo com o governador, o Governo do Distrito Federal (GDF) “manteve contato com os comandantes militares para organizar a retirada pacífica dos acampados”. O governador diz ainda que foi definida a data de 29 de dezembro de 2022 para o início da remoção dos bolsonaristas, porém, o prazo foi “sustado por ordem do comando do Exército“.

Além disso, Ibaneis afirmou que algumas barracas chegaram a ser removidas, no entanto, policiais militares e agentes do DF Legal não conseguiram terminar o trabalho por “oposição das autoridades militares”.

No depoimento, o governador afirmou que as tratativas com o Exército ficavam a cargo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) e que a equipe de transição do governo federal “tinha conhecimento da oposição do Exército na retirada dos acampamentos”.

“Fato de domínio público”, diz o depoimento.

Ibaneis disse aos policiais federais que, após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), houve desmobilização dos acampamentos e que, inclusive, o GDF auxiliou o bolsonaristas que deixavam a capital, “fornecendo passagens de ônibus e na retirada de algumas barracas”.

Sobre os dias dos ataques em Brasília, Ibaneis afirmou que, no dia 7 de janeiro de 2023, recebeu uma mensagem do ministro da Justiça Flávio Dino, “relatando preocupação com a chegada de vários ônibus com manifestantes”. Ibaneis afirmou que “imediatamente” ligou para o ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres.

Entretanto, segundo Ibaneis, Torres “havia acabado de chegar nos Estados Unidos, repassando imediatamente o telefone para Fernando de Souza Oliveira, secretário interino.

Oliveira, segundo o governador, o tranquilizou “afirmando haver informações que os manifestantes estavam chegando pacificamente ao QG do Exército para a manifestação do dia 8 de janeiro”. Após receber a resposta, Ibaneis afirmou que repassou as informações para Flávio Dino.

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