Ibama resgata 230 mil peixes na lagoa de Itaparica, em Xique-Xique
Ação emergencial tem a finalidade de minimizar a mortandade de peixes, além de combater ilícitos ambientais na região.
Pelo terceiro ano consecutivo equipes de emergências ambientais do Ibama realizam salvamento de peixes ameaçados pela seca na lagoa de Itaparica, em Xique-Xique (BA). Desde 2017, cerca de 230 mil animais foram resgatados e transportados para o Rio São Francisco. Neste ano já foram transferidos 50 mil indivíduos na primeira etapa da ação.
A transferência para o Rio São Francisco é realizada em recipiente apropriado (transfish) e todo o processo é monitorado por analistas do Ibama, que controlam os níveis de salinidade e oxigenação da água. O índice de mortalidade durante o procedimento ficou abaixo de 3%. O nível aceitável para esse tipo de ação é de aproximadamente 10%. Dentre as espécies resgatadas estão cascudo, corvina, curimatã, mandi amarelo, piau, piaba, carí, traíra, pescada, sarapó e surubim.
O Ibama identificou, em 2016, elevada mortandade de peixes no complexo lagunar do Submédio São Francisco. Nesse ano, um grupo de pescadores artesanais realizou o salvamento sem acompanhamento técnico em Lagoas marginais do São Francisco, na Ilha do Gado Bravo, a maior do rio. Com baldes, redes improvisadas e materiais reciclados, como latas de tinta e cestas de bicicletas, eles resgataram cerca de 20 mil peixes.
Em 2017, com a mortandade de peixes intensificada pela seca severa, foi definido o plano de ação emergencial “SOS Lagoa Itaparica”, entre diversas instituições, para reverter o quadro. Nesse ano, as ações conjuntas resgataram 20 mil animais.
Em 2018 foram salvos 160 mil peixes na região, em quatro ações coordenadas pela Superintendência do Ibama na Bahia com apoio de unidades do Instituto em outros quatro estados do nordeste: Alagoas, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.
Em 2019 a ação foi mantida no Plano Nacional Anual de Proteção Ambiental (PNAPA) como ação de emergência ambiental, com gastos previstos de R$ 78 mil. Neste ano também foram incluídas ações de educação ambiental e a utilização da ferramenta metodológica do Sistema de Comando de Incidentes (SCI), com apoio do Prevfogo/Ibama.
O “SOS Lagoa Itaparica” reúne representantes do Ibama, Ministério Público do Estado da Bahia, Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), universidades, organizações não governamentais, prefeituras e de voluntários. A ação emergencial tem a finalidade de minimizar a mortandade de peixes, além de combater ilícitos ambientais que agravam impactos ambientais na região, como desmatamento, pesca predatória, lançamento inadequado de efluentes na água e ocupação irregular em Áreas de Preservação Permanente (APPs), entre outros.
O Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) prepara um estudo para diagnóstico da situação do complexo lagunar, com o objetivo de identificar possíveis causas da mortandade de peixes e permitir a adoção de medidas capazes de interromper o dano ambiental. O Ibama realizará a apuração de responsabilidades administrativas que forem identificadas.
As informações são da Asocm/Ibama