A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse à coluna, nesta terça-feira (15/4), que o governo não está atuando para retaliar os deputados de partidos da base que apoiaram o pedido de urgência do projeto da anistia.
De acordo com Gleisi, a estratégia do Palácio do Planalto continuará sendo convencer os parlamentares, por meio do diálogo, da “gravidade política, jurídica e institucional” que a proposta representaria.
“O governo não está numa operação de retaliação, mas está, sim, mostrando aos deputados a gravidade política, jurídica e institucional que significa apoiar esse projeto”, afirmou a ministra.
Segundo Gleisi, o projeto visa “garantir a impunidade de Bolsonaro e de quem mais tentou derrubar” o governo Lula. “É um absurdo apoiar o projeto sendo da base do governo”, declarou a ministra.
“Trata-se de uma grave afronta ao Judiciário e à própria democracia. Urgência é preciso para projetos que beneficiam o povo brasileiro, e não para proporcionar golpe continuado”, emendou Gleisi.
Gleisi, como vem mostrando a coluna, tem atuado para barrar o avanço da proposta na Câmara. Ele tem procurado deputados de partidos da base para ponderar o impacto de uma possível aprovação do projeto.
Apesar da articulação da ministra, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), conseguiu mais que as 257 assinaturas mínimas e protocolou o requerimento de urgência do projeto na segunda-feira (14/4).
Dos 264 deputados que assinaram o requerimento, 146 são filiados a partidos que possuem pelo menos um ministério no governo Lula, de acordo com levantamento feito pela coluna.
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